Passando pelo divórcio com filhos: estratégias para uma transição tranquila e Co parentalidade saudável

uma família frustrada no consultório de um terapeuta

No mar revolto do divórcio, nossos corações ficam à deriva, bombardeados por emoções que nunca pensamos que sentiríamos. Ainda assim, em meio ao caos, podemos encontrar suporte na terapia familiar, que vai te guiar nas águas turbulentas da guarda compartilhada.

Você não sabe como navegar pelo divórcio? Comece aqui.

O divórcio é uma experiência desafiadora e emocionalmente desgastante, e é importante (e frequentemente fortalecedor) dar espaço para sua complexidade. Mas quando vocês têm filhos juntos, pode ser difícil encontrar tempo para a sua própria necessidade de cura. Enquanto você tem em mente o bem-estar dos seus filhos, superar um divórcio também significa tentar priorizar uma relação saudável na divisão da guarda (desde que os dois estejam seguros e dispostos a permanecer envolvidos na criação dos filhos).

Como terapeuta parental especializada em aconselhamento familiar a famílias de todos os formatos, reuni algumas dicas que mais uso nas sessões.

Veja como começar quando está passando por um processo de divórcio:

· Dê a si mesmo um tempo para vivenciar o luto.

É importante se dar permissão para sentir a infinidade de emoções que o divórcio traz, particularmente no que diz respeito à perda. Existem etapas diferentes no luto, como a tristeza, raiva e solidão. Quando se chega ao final de um casamento, eles podem ser dolorosos.

Guardar para si essas emoções só vai dificultar o processo de superação, então encontre espaço para vivenciar o luto quando possível. Não é sinal de fraqueza ou erro, menos ainda razão para se sentir culpado por sofrer por estar reescrevendo a sua história de vida.

· Busque apoio de pessoas que você confia com todas as suas vulnerabilidades.

Embora cada divórcio e relações de coparentalidade sejam únicos, saber que você não está sozinho - por mais complicadas que sejam as circunstâncias - pode ser uma parte útil do seu caminho para passar por isso.

Conversar com alguém que entenda o que você está passando, pode ajudar no processamento dessas emoções, encontrar novas ideias para navegar essa jornada e a desenvolver mecanismos de superação. Seja encontrar um amigo, familiar ou buscar ajuda em um grupo de apoio para encontrar outros para dividir sua história, ter uma rede de apoio é uma boa ideia.

· Esteja disposto a fazer concessões.

É natural que surjam desentendimentos, mas a chave é encontrar o meio termo. Ao fazer concessões, você pode de forma colaborativa, tomar decisões que priorizam o bem-estar dos pais e, mais importante, dos seus filhos.

A flexibilidade fomenta uma coparentalidade mais saudável, promovendo um ambiente estável e acolhedor durante o desafiador período de transição.

· Mantenha o foco em aspectos positivos da sua vida.

É fácil se prender a aspectos negativos do divórcio, mas é importante focar em coisas positivas da sua vida que está mudando. Em momentos de dor, sempre há espaço para a esperança e o divórcio não é uma exceção.

Parte disso virá, inevitavelmente, junto com a dor que você sente, mas tem muito mais coisas por vir; imagine o que vai ser possível quando seu ex-esposo (a) tiver um novo papel na sua vida e você começar a construir uma nova estrutura familiar para seus filhos. Haverá espaço para novos hobbies, aventuras e até mesmo novas formas de viver.

· Estabeleça limites com o seu ex.

Isso pode ser uma parte controversa e confusa na hora de estabelecer uma relação para a criação dos filhos nos primeiros estágios do divórcio. Em muitos casamentos, o cônjuge é seu amigo e parceiro. Se vocês se dão bem e o divórcio é amigável, estabelecer limites para reduzir a necessidade de contato e de compartilhar o que você faz, pode parecer estranho ou até mesmo desonesto. Mas não é! É, na verdade, uma parte saudável e importante de criar uma nova dinâmica para lidar com os filhos. Para situações mais controversas, pode ser que você sinta alívio ao ter permissão para redefinir os limites de comunicação, contato e compartilhamento de informações em um lugar que pareça mais seguro para você. Esses limites são importantes, tanto para o seu próprio bem quanto para o bem de seus filhos. Isso significa não falar sobre sua vida pessoal ou seus sentimentos sobre o divórcio.

· Respeitem um ao outro, mesmo que discordem.

Vocês não têm que se dar bem, mas é importante tratar seu ex-esposo (a) com o mesmo respeito que você trataria um estranho ou um colega quando está se comunicando. Mesmo em divórcios marcados por conflitos, isso significa evitar insultos, palavrões e ameaças.

A coisa mais importante para se lembrar é que seu ex continua sendo o pai/mãe de seu filho. Não fale mal do ex na frente dos seus filhos e não o culpe pelas dificuldades ou pelas partes negativas dessas mudanças que todos estão passando - mesmo que, de fato, pareça que a culpa é do outro. Conversas negativas sobre o ex só vão machucar seus filhos.

· Tenha em mente as necessidades dos seus filhos.

Sua vida está mudando de diversas maneiras com o divórcio, mas seus filhos estão passando por mudanças também. Eles podem estar confusos, frustrados, com raiva e podem estar sofrendo por algo que eles pensavam que poderiam prever. Pode ser difícil dar apoio a essas emoções sem ficar na defensiva, mas é importante colocar as necessidades emocionais deles no centro da comunicação, de uma forma adequada ao desenvolvimento.

Dê o seu melhor para ser paciente, compreensivo e apoiar seus filhos durante este processo. Pode ser que eles mudem suas necessidades e como se comunicam, e pode ser que sejam necessárias mudanças em como você vê o papel de pai/mãe - isso é normal e completamente aceitável. Vocês estão passando por isso juntos, então tente não os excluir do processo e, ao mesmo tempo, esteja atento aos limites deles.

· Não desista.

Dividir a guarda e educação dos filhos depois do divórcio pode ser desafiador, mas você pode e vai administrar com sucesso esta situação. Com dedicação e comprometimento ao bem-estar dos seus filhos, você vai encontrar um caminho para superar obstáculos e criar um ambiente estável e cheio de amor.

Exercer o papel de pais, especialmente depois do divórcio, é uma jornada cheia de altos e baixos, mas sua perseverança vai levar a um futuro saudável e feliz para sua família. Seus filhos merecem o melhor de vocês, estão mantenha a resiliência e seja honesto sobre suas necessidades. A partir daí, você vai dar a eles a estabilidade e o apoio que eles precisam durante este período transformador em suas vidas.

Padrastos e madrastas também podem se sentir confusos sobre a importância dos cuidados com os enteados. Só porque eles não precisam exercer o papel de pais, não significa que as crianças não queiram que o parceiro do pai ou da mãe tenha uma relação com eles. A perda de um padrasto/madrasta pode ser muito difícil para uma criança, especialmente, se ela esteve com esta pessoa a maior parte da infância.

· Busque ajuda profissional se preciso.

Se você está tendo dificuldade em dividir a guarda/educação dos filhos de forma efetiva, pode ser útil buscar um terapeuta especializado em coparentalidade. Ele tem o conhecimento necessário para te ajudar a administrar o conflito, a navegar por emoções difíceis e facilitar o aconselhamento familiar para ajudar você efetivamente.

Use esta lista para avaliar o seu progresso: o que está indo bem e o que precisa ser melhorado? Onde você precisa de ajuda para chegar a um lugar saudável e produtivo no processo? Faça anotações e se achar algumas deficiências que te preocupam, fale comigo hoje mesmo.

E se eu estou dividindo a guarda do meu filho com um narcisista?

Infelizmente, nem todos os relacionamentos acabam de forma amigável e alguns deles podem evoluir para situações tóxicas e inseguras. Particularmente, a coparentalidade com um narcisista pode ser desafiadora. Não existe uma fórmula mágica para administrar essa dinâmica, mas existem algumas coisas que você pode fazer para tornar a situação menos desconfortável.

Estabelecer limites, comunicar-se por escrito sempre que possível e priorizar o bem-estar dos filhos. Tente documentar todas as interações com o ex e busque aconselhamento legal se necessário. Contrate um mediador/conselheiro para facilitar a comunicação e proteger seu filho de danos emocionais. A estabilidade e segurança do seu filho são primordiais e a orientação de um profissional pode ser valiosa para passar por esta situação difícil.

Dicas para ajudar na criação conjunta de filhos em todas as idades

Para todas as faixas-etárias, a chave para alterar padrões com sucesso é a comunicação, a honestidade e uma dose saudável de consistência em oferecer segurança e suporte que pareçam autênticos para seus filhos.

Crianças pequenas (0 a 5 anos)

Implementar mudanças mínimas deve ser o foco principal com os pequenos. Manter a rotina e garantir que ambos os pais estejam envolvidos nos cuidados e atenção com a criança. Manter a comunicação aberta e de acordo com a idade, reforçando para as crianças que os pais os amam. Considere visitas curtas e frequentes para minimizar a ansiedade de separação.

Crianças entre 5 e 10 anos

As crianças nesta faixa etária se beneficiam da previsibilidade. Mantenha horários estáveis para visitas e atividades compartilhadas. Incentive-os a expressar seus sentimentos e preocupações. Quando eles se tornarem mais independentes, podem ser envolvidos na tomada de decisões quando apropriado. Promova um relacionamento positivo entre eles e o pai/mãe.

Pré-adolescentes e adolescentes (10 a 16 anos)

Pré-adolescentes e adolescentes valorizam a autonomia. Respeite suas opiniões e interesses e tente envolvê-los na elaboração da agenda de visitas. Incentive o diálogo aberto enquanto orienta e estabelece limites. Participe da vida dos seus filhos, compareça a eventos e dê apoio aos seus hobbies, respeitando a privacidade.

Embora seu papel como pai/mãe evolua nesta faixa etária, eles ainda precisam que você seja aberto com eles. Mantenha uma presença que apoia, oferecendo orientações quando solicitado. Respeite a autonomia deles, incluindo suas escolhas relativas às visitas. Mantenha abertos os canais de comunicação, e seja uma fonte de suporte emocional durante a transição à fase adulta, de acordo com as mudanças na dinâmica familiar.


Em todas as idades, comunicação e consistência serão as chaves para uma relação de coparentalidade de sucesso, que apoia sua recuperação saudável e o futuro do relacionamento dos filhos com os pais. Faça planos que atendam às necessidades de cada um, suas agendas e prioridades; a partir daí, mantenha-se fiel a isso da melhor forma que puder.

Faça regularmente a revisão e ajuste os planos quando necessário, mantendo sempre em mente o interesse dos filhos. Mantenha uma comunicação respeitosa, com foco nas necessidades dos filhos e não nas queixas pessoais. Com dedicação e trabalho em conjunto, você pode criar uma boa rotina para dividir a criação dos filhos, que vai beneficiar o desenvolvimento emocional e o bem-estar dos seus filhos. Se você está em busca de apoio para o seu próprio bem-estar ou para o aconselhamento familiar especializado em divórcios, a Haven Family Therapy está aqui para você.

Entre em contato hoje para começar a dar luz às suas perspectivas e fortalecer a harmonia de sua vida como pais separados!

 
 
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